Os pets ocupam definitivamente o seu espaço

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Há muito tempo que o homem trouxe alguns animais para dentro de suas casas para convivência com a família. Relatos apontam que as primeiras evidências remontam há mais de 10 mil anos e se referem à domesticação de lobos, que se sentiam protegidos junto ao ser humano enquanto estes os utilizavam como instrumentos de caça. Com o tempo, os cães selvagens passaram a ocupar este posto. 

Outras constatações são relativas aos felinos, mais especificamente gatos selvagens, que se tornaram animais domésticos por volta de 7.500 a.C. na região que mais tarde seria ocupada pela Mesopotâmia. Os gatos se firmam como animais que convivem com os humanos em 3.000 a.C. sendo utilizados como caçadores de roedores que colocavam em risco os grãos que começavam a ser guardados em armazéns. 

Não é à toa que estas duas espécies são aquelas que hoje estão mais presentes nos lares espalhados por todas as partes do Globo. Para que se tenha uma ideia, a Ecology Global Network estimou uma população de mais de 600 milhões de gatos no mundo em 2022. Já o Insurance Information Institute contabiliza mais de 900 milhões de cães. Juntas estas populações perfazem cerca de 19% da população humana no Globo. 

No Brasil, segundo estimativas da Cognatis com base nos últimos dados divulgados pelo IBGE, existiam em 2021, cerca de 58 milhões de cães e 27 milhões de gatos, além de 41 milhões de aves canoras e 21 milhões de peixes ornamentais. 

O Brasil segue o ritmo global e possui um mercado Pet cada vez mais robusto e estruturado. O país detém, segundo dados do Euromonitor Internacional, o sexto mercado em faturamento no Mundo.  

 

Fonte: Euromonitor Internacional, 2021 

 

O mercado brasileiro em 2021, segundo a ABINPET, foi de R$ 35,8 Bilhões com significativo crescimento de 27% em relação a 2020. Este valor se distribui entre os chamados pet food (alimentação), pet vet (medicamentos e serviços) e pet care (cuidados com os animais), conforme o gráfico abaixo.  

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Fonte: Euromonitor Internacional, 2021 

 

Os gastos com pets segundo as classes sociais 

Os gastos com animais de estimação não são uniformes  por  classe social quando comparamos as regiões brasileiras. O mesmo ocorre comparando os municípios.

Dados extraídos junto à GEOPop Consumer da Cognatis, base 2020, permitem constatar, por exemplo, conforme a tabela abaixo, a distribuição dos gastos em 5 municípios brasileiros com perfis diferentes: 

 

Distribuição dos gastos com Pets segundo classes socioeconômicas em alguns municípios brasileiros.

Fonte: GEOPop Consumer 2020 

* segundo o Critério Brasil da ABEP – Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa 

 

É flagrante que os gastos são quase inexistentes junto às Classes D/E e que variam significativamente dentre as demais classes conforme o município.  

Em todos os municípios observados a grande maioria dos gastos em volume, está concentrado nas classes B e C. Chama a atenção que os gastos da classe A são relativamente menores em Joinville e em Fortaleza. 

A falta de um critério homogêneo que identifique estes gastos, exige que se conheça adequadamente cada localização para a definição da melhor estratégia de abastecimento e atendimento do mercado local. Para tanto é preciso se apoiar em um conjunto de dados consistente. 

Se observarmos estes mesmos municípios do exemplo, segundo o ticket médio mensal por classe social nos domicílios onde existe pelo menos um animal de estimação, temos a seguinte situação: 

 

Ticket médio de gastos com pets segundo classes socioeconômicas em alguns municípios brasileiros.

Fonte: GEOPop Consumer 2020 

* segundo o Critério Brasil da ABEP – Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa 

 

A classe social A, independentemente de sua localização neste exemplo, gasta entre 3 a 4 vezes o que gasta a Classe B, que por sua vez não se destaca substancialmente do que gasta a Classe C. A compreensão das classes sociais do entorno de uma loja é fundamental tanto para a sua correta localização, quanto para a composição do mix de produtos a ser ofertado. 

 

Os gastos com Pets segundo a localização geográfica 

Considerando-se as despesas daqueles domicílios que possuem animais de estimação no Brasil, a Região Norte é onde o montante de tudo o que é gasto no país com animais de estimação apresenta o menor índice. Já a Região Sudeste é a que concentra a maior parte deste tipo de gasto dentro dos domicílios. 

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Fonte: GEOPop Consumer 2020 

 

Dentro da região Sudeste, a distribuição segundo as Unidades da Federação que a compõem apontam São Paulo como o maior mercado com 56,8%. 

 

Participação no gasto total com Pets entre as UFs da Região Sudeste.

gastos-com-pets-na-regiao-sudesteFonte: GEOPop Consumer 2020 

 

Já segundo todos os estados brasileiros, Santa Catarina é aquele onde o maior número de domicílios possuem gastos com algum tipo de animal de estimação e que equivale a 39,6% dos domicílios desta unidade da federação. O Rio Grande do Sul fica muito próximo, com um total de 38,4% do total de domicílios, seguido por Goiás com 36,3% e Mato Grosso com 35,9%. 

 

Domicílios com gastos com Pets segundo o total de municípios de cada UF

 

 

Fonte: GEOPop Consumer 2020 

 

Dentre os estados com as menores quantidades de domicílios que gastam com Pets, temos Maranhão com 23,8%, Piauí com 24,2%, Alagoas e Rio de Janeiro com 24,3% e Paraíba com 24,5%. 

 

Como se distribuem os Petshops 

O abastecimento de produtos para os animais de estimação se dá através de vários canais, sendo os principais: os chamados Petshops, Super e Hipermercados e até mesmo lojas de distribuição de produtos agrícolas, estas especialmente em cidades do interior. 

Para que se possa ter uma dimensão deste mercado de abastecimento, analisemos apenas a distribuição dos Petshops pelo território brasileiro. 

Segundo estimativas da Cognatis, com base nos dados da Receita Federal de Outubro de 2022, existem no país mais de 88 mil lojas no formato Petshop, aquelas com dedicação exclusiva à venda de produtos para animais de estimação, sendo que algumas delas podem também oferecer serviços. Em números de estabelecimentos, as lojas de porte médio e grande, ou seja, aquelas que pertencem a redes de varejo, significam apenas 0,3% do total de unidades no Brasil que é formado basicamente por lojas individuais. 

Quando observamos sob a ótica regional é possível perceber que a região Sudeste congrega 50,5% do total de lojas, enquanto a região Norte apenas 4,0%. Sempre a título de comparação, com base em dados do IBGE, a população da Região Sudeste congrega 42,0% do total da população e a Região Norte 8,9%, porém com fortes diferenciações em termos de renda. Segundo a ABEP – Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa, as classes socioeconômicas de maior poder aquisitivo, A e B, somam 30,9% e 13,3% respectivamente nas regiões Sudeste e Norte em relação ao total de domicílios de cada uma destas regiões. 

Distribuição Petshops 

Fonte: SmartLeads  

Fonte: Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica – Receita Federal – Out/22 

 

A distribuição de lojas segundo o porte, reflete um pouco a lógica referente à proporcionalidade em relação à renda por região, ou seja, regiões mais ricas tendem a ser atendidas por maior quantidade de lojas de maior porte, ou seja, médias e grandes. 

Para que se tenha uma ideia, a região Sudeste, que detém 50,5% do total de Petshops, abriga 76,6% do total de lojas de médio e grande porte. A região Nordeste, que detém 22,8% do total de Petshops brasileiras, concentra apenas 5,8% do total de lojas de maior porte. 

O mercado Pet no Brasil enfrenta um processo de amadurecimento, quando comparado a outros mais estruturados como Supermercados e Moda, porém vem apresentando um crescimento acelerado que se reflete tanto nos valores despendidos pelos donos de animais de estimação, como na expansão das lojas. 

Compreendendo melhor, hoje as duas redes de varejo que oferecem mais lojas de grande superfície, Cobasi e Petz, possuíam respectivamente 160 e 200 lojas no final de 2022, sendo a maioria concentrada no Sudeste e Sul.

A Cobasi abriu 37 lojas em 2022 e a Petz 50, reforçando a confiança no crescimento do setor. Importante ressaltar que a Petland, empresa de origem americana também demonstra apetite e já possui cerca de 100 lojas espalhadas pelo país. A título de comparação, a PetSmart, maior rede de varejo pet nos EUA possui 1.350 lojas. 

É importante destacar que neste mercado, o e-commerce também vem ganhando espaço e hoje já representa, segundo o Instituto Pet Brasil, 5,6% do mercado total tendo apresentado um crescimento vigoroso durante a Pandemia, passando de R$ 1,44 Bi em Janeiro de 2020 para R$ 3,3 Bi em Março de 2022, sendo que deste último valor, 40,9% foi concentrado nas chamadas Pure Players, ou seja, aquelas empresas que tem atuação apenas digital e sem lojas físicas. 

O mercado Pet é amplo e mostra tendências de forte crescimento para o futuro, trazendo desafios tanto na expansão do varejo, como também na estruturação da cadeia de abastecimento e distribuição de produtos pelo território nacional. Neste aspecto, que exige profundo conhecimento do tecido de consumo no país, a Cognatis pode apoiar varejistas e indústrias através de suas ferramentas de Geomarketing e Consultoria na montagem de suas estratégias de crescimento para este mercado. 

Agora, que tal conhecer mais sobre o Mercado Pet? Acesse nosso artigo sobre o Consumo em Petshops e veja também nosso artigo sobre Empresas Veterinárias. 

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