Como é possível pensar em investimento no momento em que todos parecem estar comprometidos com práticas voltadas para a contenção e redução de custos? A palavra de ordem é economizar, mas ainda assim, muitos deixam de enxergar as reais oportunidades apresentadas por esse contexto difícil do mercado que prega medidas modestas nos futuros projetos empresariais.
Antes de se concentrar em atingir os objetivos ambicionados pela empresa, um CEO deve obviamente avaliar os cortes financeiros fundamentais para se prevenir contra a onda de prejuízos prevista durante os próximos meses. Porém, o detalhe que passa despercebido nesse processo, é o de avaliar também a redução dos custos que tanto entravam os investimentos em novos projetos. Nessa avaliação, quantos não são os itens identificados que já há muito tempo, antes mesmo da situação apertar, já não apresentavam falhas e por alguma razão, apenas sugaram parte das receitas sem sequer apresentar os resultados esperados?
A tomada de decisões, se orientada por estudos de inteligência de mercado, deverá incluir a geração, agregação, análise e visualização de dados do negócio de uma empresa, não só para facilitar a gestão, mas também para delinear minuciosamente as estratégias. Imagine tomar uma decisão com base em dados imprecisos ou estudos incompletos ou até mal realizados? Quantos recursos financeiros serão gastos inadvertidamente em decorrência da pressão por resultados e pela contenção de gastos exigida nesse período de crise que vive o mercado?
Felizmente, o cenário das tecnologias de inteligência de mercado mudou tão rápido nos últimos anos que agora ficou mais árdua a tarefa de escolher uma ferramenta de Business Intelligence para auxiliar uma empresa, tamanha a variedade e opções disponíveis.
Os avanços de softwares e serviços de BI abriram novos caminhos para uma inédita relação entre executivos e análises de mercado. Um dos resultados dessa mudança é que os limites entre os fornecedores de inteligência mercadológica e os consumidores desses serviços estão começando a desaparecer. O que isso quer dizer? Executivos buscam soluções que os libertem das amarras que os prendem às consultorias e aos estudiosos de inteligência de mercado. Mas essa ainda é uma conduta arriscada. É possível separar o joio do trigo sem entregar tempo e suor para essa atividade? Não. Insights reveladores e significativos só aparecem depois de muito estudo e esforço.
Mas quem dera o tempo fosse o único obstáculo a ser superado pelos empresários que necessitam reagir imediatamente às transformações que ocorrem no mercado. Não existe propriamente um consenso sobre quem está apto a se aventurar dentro dos infinitos dados mercadológicos gerados diariamente, possibilitando o desenvolvimento de análises que modifiquem os rumos de uma empresa. No entanto, há de se considerar que os resultados de um trabalho com essa importância não podem ser alcançados efetivamente se forem gerados com base em estudos realizados de maneira leviana.
Para ser bem sucedido neste novo ambiente de negócios, os CEOs devem definir prioridades e continuar a centrar-se nas funções tradicionais de manutenção dos custos e controle financeiro. Apesar da redução de custos ser muitas vezes uma alternativa procurada como uma resposta à crise para o declínio das receitas e da rentabilidade, sua aplicação também pode ser aproveitada para fortalecer o desempenho de uma empresa, principalmente quando a organização planeja meticulosamente suas metas de performance.
Durante períodos de volatilidade e incerteza global, a redução de custos deve ser uma parte fundamental da estratégia de uma organização. Mas essa não deve ser uma prática utilizada apenas em tempos conturbados. O controle nos custos deve se basear em melhorias de eficiência orientadas por processos de inteligência de mercado que agregam valor à organização.