A Renda como indicador fundamental para o consumo

Quando se fala em consumo no Brasil, é possível acompanhar seu desempenho e suas expectativas verificando, dentre outros, 3 indicadores importantíssimos que possuem forte correlação: a taxa de desemprego, os níveis de renda e a confiança do consumidor. 

Neste artigo pretendemos focar nos resultados trazidos pela PNAD avaliando os rendimentos de todas as fontes, com resultados muito interessantes, especialmente em relação ao seu desdobramento e impactos para o consumo.  

Nesse sentido, algumas segmentações interessantes também poderão ser feitas para ampliar a compreensão do Universo da renda. 

 

Concentração da renda no Brasil 

Em 2023 existiam 139,98 milhões de pessoas recebendo algum tipo de renda no país e distribuído regionalmente conforme o Gráfico 1. É possível verificar a concentração das pessoas com rendimento no Sudeste e no Nordeste (69% do total de pessoas).  

Distribuição regional das pessoas com rendimento

Gráfico 1 – Fonte: IBGE PNAD, 2023 

 

A distribuição das pessoas com renda segundo a região geográfica segue a mesma da distribuição populacional.  

Sob o mesmo ponto de vista, é possível avaliar o tipo de rendimento verificando-se que aqueles recebidos de trabalhos contínuos ou não, perfazem 63% e são a maior fatia (Gráfico 2).  

Ainda com significado estão a aposentadoria com 9% e pensão alimentícia, doação e mesada de não morador com 2%, além do aluguel e arrendamento com 1%. 

 

Tipo de rendimentos no Brasil

 

Gráfico 2 – Fonte: IBGE PNAD, 2023 

 

 

A renda sob o viés da cor ou raça 

Quando o enfoque se dá pela cor ou raça é possível verificar que muito embora as curvas se desenvolvam aproximadamente segundo o mesmo desenho, a média de rendimento mensal das pessoas brancas é muito superior à das pessoas pretas e pardas (Gráfico 3). 

Lembremos que, segundo dados do Censo de 2022, a população declaradamente parda ou preta no país, perfaz 55% do total da população brasileira, portanto sua maioria. A população branca, por sua vez, responde por 43,5% da população total. 

 

Renda média mensal de pessoas com 14 anos ou mais

Gráfico 3 – Fonte: IBGE PNAD, 2023 

 

Tomando como exemplo o rendimento de pessoas brancas e o rendimento de pessoas pardas, é possível verificar que em 2012, o rendimento das pardas era, em média, 42% do rendimento das brancas. 

Em 2017 o rendimento médio dos pardos era 44% do rendimento das pessoas brancas, em 2023 esta diferença foi de 42%.

Dessa forma, nos últimos 12 anos, não houve redução na diferença entre os rendimentos médios desses dois grupos. 

 

As mulheres seguem sendo com rendimentos menores do que os homens 

Quando a estratificação é feita através do gênero, evidencia-se a discussão que é travada há bastante tempo sobre a diferença dos salários de homens e mulheres. 

Novamente, o desenho das curvas é muito semelhante para ambos os gêneros, porém a curva dos homens percorre patamares muito mais elevados (Gráfico 4). 

Neste cenário, é possível verificar que, a partir de 2018 os salários de ambos os sexos se aproximaram mais. Em 2012, o salário da mulher era 73% do salário masculino. Em 2017, este índice sobe para 77% e em 2023 atinge 79%.  

É notável a recuperação dos rendimentos, tanto para homens como para mulheres, ao longo do ano de 2023. 

É importante destacar que, segundo o próprio IBGE, os menores valores médios pagos às mulheres têm um forte componente nos perfis das vagas oferecidas a elas. Essas vagas geralmente têm padrões de vencimentos menores por serem de caráter mais operacional.

  Renda média mensal de pessoas com 14 anos ou mais - por genero

Gráfico 4 – Fonte: IBGE PNAD, 2023 

 

Os mais velhos tendendo a menor crescimento de renda ao longo do tempo 

Por fim, um último recorte de segmento que pode ser feito é segundo a idade. E, pode-se verificar pelo Gráfico 5 que os rendimentos médios mensais sobem na razão do envelhecimento. 

A faixa etária de 14 a 17 anos tem rendimentos em torno de 23% do rendimento médio das pessoas com 60 anos ou mais.

O rápido envelhecimento do Brasil, junto com a queda da renda dos idosos, deverá impactar negativamente o crescimento da renda do país nas próximas décadas.

 

Renda média mensal de pessoas com 14 anos ou mais - por idade

Gráfico 5 – Fonte: IBGE PNAD, 2023 


Por sua vez, comparando as faixas etárias de 40-49 anos e 60+ anos, de 2012 a 2023, os rendimentos dos 60+ não variaram, enquanto os de 40-49 cresceram cerca de 6%. Portanto, isso pode indicar um achatamento no rendimento dos mais velhos, muito provavelmente explicável pela compressão dos valores da aposentadoria.
 

Assim, também merece destaque o fato do rendimento do público 60+ ser mais alto, em média, que quase todos os demais grupos etários. Isso não é comum e é uma peculiaridade do Brasil por causa do INSS. Aqui, aposentados frequentemente têm a maior renda familiar, especialmente em famílias de baixa renda, onde desemprego e quedas de produtividade afetam a renda do trabalho, mas não as aposentadorias indexadas ao SM.

 

Evolução Regional da Renda no Brasil: Destaques e Diferenças

Observando-se o recorte regional, o Gráfico 6 mostra a evolução consistente da renda em todas as regiões, porém é importante destacar a prevalência das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. A última, por sua vez, a partir de 2022 ultrapassou a renda média do Sudeste e tornou-se a mais alta do país.  

Acima de tudo, é importante salientar que a média do Centro-Oeste inclui o Distrito Federal, a unidade com maior renda do país. O Nordeste mostra um crescimento menos intenso se comparado com as demais regiões. 

Renda média mensal de pessoas com 14 anos ou mais - por regiãoGráfico 6 – Fonte: IBGE PNAD, 2023 


A Importância de Compreender a Renda para Estratégias de Negócios e Soluções Personalizadas

Conforme apresentado, para qualquer negócio que pretenda lidar diretamente com o consumidor final, é fundamental compreender as nuances em relação à renda X seu público-alvo. Como dissemos no início deste artigo, a renda é apenas um dos pilares mais importantes e capaz de sinalizar a performance do consumo. 

A Cognatis, com a utilização de seus bancos de dados, em especial o GeoPop® que incorporam inclusive todos estes aspectos relativos à renda, aliada ao desenvolvimento de ferramentas apoiadas por Machine Learning e Inteligência Artificial. Desse modo, podemos apoiar empresas posicionadas na cadeia de consumo, em todas as suas necessidades, desenvolvendo soluções customizadas para problemas específicos. Sua expertise no ambiente de negócios permite que estas soluções sejam desenvolvidas de forma ágil e de maneira extremamente eficiente. 

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