O IBGE divulgou agora, em dezembro de 2024, mais dados e informações do Censo 2022, referente ao perfil dos domicílios brasileiros, que no total somam 72,5 milhões de casas particulares e de ocupação permanente.
Diversas informações começam a dar o contorno da casa dos brasileiros, a começar por sua distribuição pelo país, conforme mostra o Gráfico 1.
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Esta distribuição é bastante equivalente à distribuição da população pelas Grandes Regiões (Gráfico 2).
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Estes domicílios são, em sua maioria, próprios e pertencentes a um dos moradores, com 71,3%, seguidos pelos imóveis alugados, com 22,2%, por aqueles cedidos ou emprestados com 5,7% e em outras condições com 0,8%.
O maior índice de imóveis próprios está no Nordeste com 75,8% e o menor no Centro-Oeste com 63,5%. No Centro-Oeste e no Sudeste estão as concentrações de imóveis alugados, respectivamente 28,1% e 24,6%.
Dentre os imóveis cedidos, a maioria está concentrada no Norte (6,8%) e no Centro-Oeste (7,4%) , formado especialmente pelas moradias cedidas por proprietários em imóveis rurais e que abrigam os próprios trabalhadores na agricultura.
A estrutura da casa do brasileiro
A casa brasileira é uma casa de tamanho médio, tendendo a grande, não obrigatoriamente em área, mas sim em número de cômodos, uma vez que do total de domicílios, 44,5% possuem 4 ou 5 cômodos e 46,6% possuem mais de 6 cômodos. Apenas 9,0% dos lares brasileiros possuem até 3 cômodos. As moradias com 4 ou 5 cômodos são, em geral, representadas pela famosa composição de sala, cozinha, banheiro e um ou dois quartos.
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A Região Norte é a que apresenta o maior número de domicílios com até 3 cômodos com 13,1% do total regional, enquanto a Região Sul é a que apresenta as maiores casas, uma vez que 52,2% possuem mais de 6 cômodos.
Ainda na esteira da Região Norte é dentre os indígenas que está a maior parcela das casas com 1, 2 ou 3 cômodos, seguindo suas tradições culturais, especialmente nos ambientes de aldeias. A menor taxa de casas com até 3 cômodos está na população branca.
As casas com maior número de cômodos, ou seja, acima de 6, são mais comuns dentre a população amarela. Isso também observa tradições culturais, uma vez que as famílias orientais tendem a crescer e se estabelecer em uma única residência, implicando assim no aumento do número de cômodos.
A maioria dos domicílios brasileiros possui 2 dormitórios, num total de 42,1% , enquanto os que possuem apenas 1 dormitório totalizam 41,7%. Apenas 16,2% possuem mais do que 3 dormitórios.
A grande maioria das casas possui apenas um banheiro no Brasil (65,3%), sendo a Região Sul aquela com a maior incidência (66,0%) e o Centro-Oeste com a menor (59,2%). Dois é a quantidade de banheiros para 25,4% das casas, sendo a maioria no Centro-Oeste com 30,5% e 7,4% apenas possuem 3 banheiros ou mais, sendo a maioria também no Centro-Oeste com 9,8%.
É importante salientar que no país existem 1,9% de casas sem banheiro algum. A maior parte está no Norte, com 7,9%, e as menor no Sul e Sudeste, respectivamente com 0,3% e 0,2%.
Um importante indicador que permite avaliar as condições de habitabilidade da população brasileira é dado pelo tipo de material das paredes externas das moradias (Gráfico 4).
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As paredes de alvenaria ou taipa revestidas estão mais presentes no Sudeste (93,6% do total de domicílios) e no Centro-Oeste (90,4%). Já o Norte possui apenas 60,0% de casas nestas condições e o Sul 80,0%, este último com forte reflexo das construções de madeira culturalmente vinculadas à região (13,1% do total regional).
A falta de revestimento nas paredes de alvenaria estão mais presentes nas Regiões Norte (11,8%) e Nordeste (9,6%), sendo que no Brasil este índice é de 7,2%.
Serviços e comodidade nos lares
Outros dados importantes trazidos por este recorte no Censo 2022 dizem respeito à existência de máquina de lavar no domicílio. Para aqueles que vivem no ambiente urbano, especialmente de grandes cidades, é surpreendente que ainda existam 32,7% dos domicílios sem este recurso.
Nos apartamentos elas dominam, uma vez que 88,3% possuem máquina de lavar. Nas casas este índice cai para 63,4% e nas casas de vila ou em condomínios fica em 75,3%.
A menor incidência do eletrodoméstico, como já esperado, está em habitação indígena, com apenas 4,5% e em casa de cômodos ou cortiços, com 52,5%.
Este número teve um crescimento extremamente forte nas últimas décadas, conforme indicado no Gráfico 5.
![Presença de máquina de lavar no domicílio - Censo 22](https://cognatis.com.br/wp-content/uploads/2025/01/A-casa-dos-brasileiros-Grafico5-500x266.png)
O crescimento é fruto de uma série de ações que vão desde o barateamento dos produtos em si, até a oferta de financiamento que permite parcelas mais adaptadas ao bolso das famílias.
A presença da Internet na casa dos brasileiros, é também um indicador importante na construção da imagem dos lares no país. A grande maioria dos domicílios (86,4%) está conectada. Sul, Sudeste e Centro-Oeste possuem taxas semelhantes de conexão e pouco acima de 89%. O Norte e o Nordeste reúnem as menores taxas com, respectivamente, 79,8% e 81,3%. Isso reforça a importância da comunicação utilizando os meios digitais, bem como a implementação do e-commerce, especialmente em determinadas áreas mais remotas do país e com menos acesso às lojas físicas.
Os top 10 municípios, a grande maioria de Santa Catarina, com as mais altas taxas de domicílios conectados à Internet, são:
Por outro lado, os 10 municípios menos conectados, a grande maioria da Região Norte, são:
Abastecer-se com dados sobre o perfil dos domicílios brasileiros é fundamental para diversas cadeias de consumo, desde a indústria, que pode identificar carências e adaptar seus produtos a necessidades específicas até o varejo que pode formular as melhores ofertas em função de realidades locais, passando por serviços como conexão à Internet ou até mesmo empresas ligadas ao crédito que podem desenhar linhas específicas de financiamento.
A Cognatis reúne em seus bancos de dados informações censitárias, mas também geomercadológicas que, aliadas às ferramentas que oferece podem conferir robustez na tomada de decisões nas empresas, ampliando o grau de efetividade das ações.